Ação,
um visual de encher os olhos e belas lutas. “A Grande Muralha” mistura a carga
dramática e golpes coreografados que vemos em filmes do cinema asiático
com a adrenalina urgente de produções de
aventura americana.
Na
trama, do diretor Yimou
Zhang,
a dupla de ladrões William e Tovar (Matt Damon e Pedro Pascal, respectivamente)
acaba virando prisioneiros do exército que guarda a fortaleza da muralha da
China, ao mesmo tempo em que os soldados protegem os segredos do lugar
combatendo criaturas medonhas – um misto de lagartos com dragões.
Os
Tao Tei, na verdade, são o resultado da cobiça dos homens no passado e, a cada
60 anos, vêm para devorar tudo o que encontram pela frente. O design desses
monstros é interessante, mas o que não
me conveceu é o fato de que esses seres são o mal a ser combatido pelos
heróis.
Na
luta contra essas criaturas, destaque para cenas de combate de Damon e das
garças azuis, guerreiras que, do alto da imponente estrutura, saltam para lutar
contra os monstros. É um verdadeiro balé de beleza e força.
Sobre
os atores, apesar de se sair bem nas cenas de luta, Matt Damon parece não se
esforçar muito quando a cena requer mais do emocional dele. Já o parceiro dele,
Pascal, esteve melhor nos embates entre a dupla quando eles se questionam sobre
ficar e ajudar o exército ou ir embora e
levar uma valiosa recompensa consigo.
Há
também o destaque da comandante Lin Mei (Jing Tian), que chama a atenção e
rouba um pouco do papel de herói que caberia a Damon. Em contraponto, o ótimo ator
Willem Dafoe (Ballard) tem um papel sem importância na trama, que poderia ter
sido dado a um artista menos experiente.
O
que gostei
O
filme não se alonga e possui um final objetivo, previsível, mas que não enrola
ou cria reviravoltas sem nexo – como vemos em muitas produções que querem ser
maiores do que realmente são.
As
paisagens são outro atrativo da trama, assim como o figurino e as armaduras,
sofisticadas e funcionais. E claro, as
cenas de combate são muito bem elaboradas.
Não
curti
Você
não vê muito o desenvolvimento dos personagens: os principais são heróicos ou
conscientes de seus atos, predominantemente bons. Já os codjuvantes com mais
destaque são conhecidos por suas ações, que já determinam seu caráter: ou são
bons ou medíocres de espírito, sem virtudes.
No
fim, a maneira apresentada no filme para acabar com os Tao Tei parece um tanto
simplória, o que provoca um final nada impactante. Poderiam até abrir uma
brecha para deixarem no ar o surgimento de uma nova ameaça, mas o filme acaba
sem indícios do destino do Exército ou o que esperar para o futuro.
Pode
conferir, mas sem esperar muito. É válido para quem quiser assistir a um filme
sem muita expectativa, mais para diversão mesmo ou porque gosta desse gênero.
*Texto: Vanessa Irizaga.
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