Um
dos pontos positivos da Netflix é que os filmes, séries, documentários e outras
produções disponíveis no serviço agradam a diferentes públicos. Além de
oferecer as produções próprias do streaming. E dentre essas atrações, está a
série “Shadowhunters”.
Você
já ouviu falar dela: o seriado é baseado nos livros “Os Instrumentos Mortais”,
de Cassandra Clare, que já virou filme (“Instrumentos Mortais – Cidade dos
Ossos”), estrelado por Lily Colins, mas que não teve continuação.
Agora
a história da protagonista Clary
(Katherine McNamara), que descobre que o mundo não é tão normal quanto
parece, mas sim habitado por criaturas fantásticas e protegido pelos guerreiros
das sombras, ganhou um seriado. Toda semana um novo capítulo é disponibilizado, e
já está na segunda temporada.
Se
você ainda não viu a série, separei aqui cinco bons motivos para conferir, olha
só:
Gente
como a Gente
Se você acha que só porque a série se passa em um universo com
seres poderosos que tudo se resolve com mágica, você está um pouco enganado –
algumas situações sim, claro, mas nem tudo. Da DR com a família até nossos
problemas pessoais de cada dia (insegurança, frustração, medo): o seriado
mostra que, apesar de tudo, os personagens tem seus questionamentos, apresentam
fraquezas.
O
melhor amigo de Clary, Simon (Alberto Rosende), é um simples estudante, tem uma
banda de Rock, mas de uma hora para outra, sua realidade muda e, além de
enfrentar os dilemas da adolescência, ele se vê, digamos, um pouco diferente,
mais...sinistro. E é interessante e cômico ao mesmo tempo, agora que o garoto tem
que lidar com a família e sua nova condição mais soturna!
Roubando
a Cena
Apesar de Clary ser a principal, a atriz ainda não convenceu, na minha
visão. Ela melhorou da primeira temporada para a segunda, mas ainda não passa a
emoção necessária em cenas que pedem mais dela. Aí o que acontece: personagens
secundárias se destacam. É caso do feiticeiro Magnus (Harry Shum Jr.),
divertido, misterioso e um pouco dramático também.
No
filme, o personagem não teve muito espaço, mas na série ele se tornou uma das
figuras centrais, ora ajudando o grupo, ora fazendo comentários hilários. Não
vou falar muito, mas a ligação dele com outro personagem movimenta a trama e já
mobiliza até torcida nas redes sociais!
Xô,
preconceito!
E
falando nisso, um dos casais mais legais da trama não é o principal, Clary e
Jace (Dominic Sherwood), que inclusive funcionam mais quando estão separados,
na forma mais platônica da relação deles.
O
casal coadjuvante, porém, já ganhou muitos fãs, e a relação entre a dupla é
construída de uma forma bem bacana. Apesar dos personagens sofrerem preconceito
inclusive na família, esse laço só se fortalece. O que é um ponto para a série,
que poderia muito bem ficar no romance “menina bonitinha com menino fortinho”,
que vemos muito no cinema e na tv.
Outro
ponto importante: mesmo uma série de ficção retrata um pouco do que vemos
diariamente: meninas e mulheres sendo criticadas pelas roupas que vestem ou
pelo seu jeito de ser. A personagem Isabelle (Emeraude Tobie) é uma das
shadowhunters, mas não é porque é uma guerreira que deixa de ser feminina. Ela
é uma das personagens com mais atitude e usa a roupa que bem entender, o que
não é bem visto pela própria mãe da jovem.
Em
um episódio, inclusive, a garota tenta reproduzir a imagem da matriarca,
prendendo os cabelos, em uma forma simbólica de auto-repressão e censura à
própria personalidade, terminando por botar um vestido mais “senhora” e
adotando uma postura passiva. A melhor definição para a personagem talvez se
resumisse em uma frase dita por ela a Clary, mais ou menos assim: “Mas se você
for embora, quem vai ensinar você a lutar em cima de um salto 12?”.
Ação
e cenário
As
cenas de luta melhoraram e muito. Na primeira temporada não havia tantas, mas
na atual, temos um melhor desenvolvimento das sequências, com destaque nas
lutas intercaladas com conversas. Outro ponto que ajudou são as mudanças nos
cenários, agora mais variados, o que não cansa o público e possibilita explorar
mais a trama com ganchos para mais histórias.
Referências
“Os
Três Mosqueteiros”, “Buffy, a Caça-Vampiros” e outras produções foram
levemente lembradas no seriado. Nos episódios finais da primeira temporada, há
várias referências a “Star Wars”, o que aproxima o público que já conhece a
saga e torna interessante esse resgate para a trama.
*Texto:
Vanessa Irizaga.
*Foto:
Site nejlepsi-kamosky-z-gymplu.blog.cz.
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