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Imagens: Netflix.
A mais nova série da Netflix, "Dash e Lily", consegue ser bem-humorada e instigante e, ao mesmo tempo, abordar temas mais delicados e sérios, como solidão e sensação de não pertencimento. A história é inspirada no livro "O caderninho de desafios de Dash & Lily", dos escritores David Levithan e Rachael Cohn, e se passa na época de Natal, em Manhattan, Nova Yorque.

Logo somos apresentados, primeiramente, a Dash (Austin Abrams, de "Euphoria") , um garoto de classe média alta que se tornou ainda mais recluso após se separar de Sofia (Keana Marie, de "Dead Night"), sua ex-namorada que teve de se mudar para o Brasil - olha nosso país aí, gente, rsrs.

Numa ida à livraria The Strand, o rapaz encontra um caderno vermelho que não deveria estar na prateleira. A partir daí, os dias dele se transformam ao seguir os desafios propostos pela dona do objeto, a criativa Lily (Midori Francis, "Bons Meninos"), que elaborou toda a dinâmica que veremos na trama com a ajuda do irmão, Langston (Troy Iwata, "The Date") e do namorado do rapaz, Benny (Diego Guevara, "Dark Light of Day"). 

Tudo para que a adolescente consiga encontrar "a pessoa especial". Para a menina, é muito mais fácil se comunicar por meio das palavras, pois dessa forma ela consegue, sem o julgamento de terceiros, estabelecer uma forte ligação com Dash, mesmo um não sabendo quase nada do outro, nem mesmo o nome.

E os desafios que a dupla terá de cumprir são dos mais criativos: desde encarar um Papai Noel com cara de poucos amigos a uma balada judaica. Cada tarefa que eles realizam é um desafio e tanto. Se por um lado a garota ama o Natal e se sente confortável dentro de casa e com a família, ir a festas é um verdadeiro "martírio" para ela, devido a um trauma que a menina sofreu na infância. 

Já para o rapaz, as celebrações natalinas são perda de tempo, mas sua atitude indiferente e de reprovação a essa comemoração tem origem familiar. Dash conviveu com a separação dos pais ainda muito jovem, e o pai, Gordon (Michael Park, "Stranger Things"), além de não ser próximo ao garoto, não se esforça para ter uma relação saudável com o filho. Mesmo tendo vivências diferentes, Lily e Dash compartilham sentimentos semelhantes e ensinam lições um para o outro.

Nessa aventura, o jovem recebe ajuda do melhor amigo, Boomer (Dante Brown, "Ma"), mas ainda sim sente um vazio e, por vezes, é "assombrado" pela figura da ex. Por mais que o seriado tenha clichês, personagens que servem para realizar uma função e só, sem construção alguma; mal-entendidos que apenas estão ali para atravancar a aproximação do casal ou situações cômodas para facilitar o enredo, a série é agradável de se acompanhar e seus oito episódios terminam num piscar de olhos, pois o ritmo da história envolve o público e queremos saber os próximos passos da dupla protagonista. 

Austin e Midori estão ótimos em seus papéis e realmente torcemos por eles. Ah, e não menos importante: a quantidade de referências a livros e pensadores perpassa a produção do início ao fim. Temos menções a "Harry Potter", "Cem Anos de Solidão", "Alice no País das Maravilhas", "As Crônicas de Nárnia", "Cinderela", Freud, Proust, entre outros. Uma série com clima de Natal que poderia passar despercebida pelo grande número de lançamentos realizados pelo streaming, mas que vale a pena ser vista por sua qualidade e capacidade de envolver o público. XD

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