Séries

Post Page Advertisement [Top]

"Frances Ha" estava na minha lista de "filmes que ainda não vi", mas eu sempre adiava e acaba assistindo a outros. Pois bem, finalmente conferi o longa e, puxa vida, não sei por que não vi antes. Sabe aquele filme que termina e desperta em você uma sensação boa, um misto de entendimento e identificação? Ah, e tudo isso ao som de "Modern Love", do David Bowie.

A história, do diretor e roteirista Noah Baumbach, tem como protagonista uma jovem dançarina, Frances (Greta Gerwig, que também assinou o roteiro desse longa e se tornou uma excelente diretora. Assista a "Lady Bird", é muito bom!). A moça sonha em ser uma grande artista em Nova York e percorre uma jornada onde se descobre mais segura de si quando arrisca, abraça responsabilidades e se vê, finalmente, como uma mulher que não teme mais crescer.

Nesse seu caminho, personagens aparecem todo o tempo na trama para dizer à protagonista que ela está envelhecendo, mas continua uma "Peter Pan", que recusa dar grandes passos, pois isso seria uma confirmação de que agora ela é "oficialmente adulta".

Percebemos isso na resistência de Frances em cortar o cordão umbilical que une ela a Sophie (Mickey Sumner), sua amiga, e em ver que a jovem enxerga a relação delas melhor do que realmente estava em diversas situações - quando comenta que a amiga e ela são quase a mesma pessoa, mas fica mais do que claro o distanciamento delas. Antes as duas dividiam um apartamento e, quando Sophie diz à jovem que vai se mudar com outra moça para um bairro vizinho, Frances se sente desnorteada, pois a amiga, para ela, era quase que uma extensão de si mesma.
A partir daí ela precisa encontrar um novo lugar para morar, alugando um quarto na casa de dois irmãos - um deles é o ator Adam Driver, antes de estrelar "Star Wars". Ali ela tenta encontrar uma relação fraterna que evoque o que ela tinha com a amiga, só que isso não se concretiza, pois por mais que gostem da personalidade de Frances, eles contam que ela pague o aluguel. Então a garota vai procurar na família um refúgio para espairecer. Seus pais são bem compreensivos e não fazem cobranças, ajudando a filha também a se manter na cidade grande.

Enquanto Frances pondera sua tomada de ações e foge - consciente ou não - de seu próprio amadurecimento, a amiga tenta seguir um caminho mais tradicional com relação ao que a sociedade espera dela: casar com o namorado, mesmo já tendo sofrido bastante por conta do rapaz;  largar o emprego e se mudar para um país estranho por conta do trabalho do marido;  e, por fim, se preocupar com o que os outros vão pensar e forjar uma alegria inexistente para não causar desapontamentos.

Quando o emocional da moça fica em frangalhos após uma briga com o esposo e ela desabafa sobre suas angústias, Frances ampara a amiga. Nisso, uma fagulha da relação que as duas tinham inicialmente desperta, e lá vai a protagonista fazer planos para as duas retomarem a convivência que tinham.

Apesar do carinho de Sophie por Frances, ela parte novamente e é nessa hora que nossa heroína dá mais um impulso em sua jornada. Ela aceita um emprego administrativo na escola em que dá aulas, consegue arranjar um cantinho verdadeiramente dela e a causar um impacto real e positivo em seus alunos. A relação das duas não era mais exatamente a mesma, pois agora eram pessoas diferentes, mas esse vínculo se fortaleceu e se transformou, para além de sentimentos de possessividade ou competição.

Toda essa jornada de autodescoberta e aprendizado levou Frances a explorar mais seus potenciais, fazendo-a sair da zona de conforto e olhar mais para dentro de si com a ajuda do amor pela dança e de sua grande imaginação, que ela nunca perdeu. 

*Imagens: Vitrine Filmes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bottom Ad [Post Page]