Da Mãe
África para o mundo. Vindo do Berço da humanidade, o colaborador da Contato
Internet, Xolali Cudjoe Ametepe, chegou ao Brasil em 2015 em busca de melhores
condições de vida. O trabalhador veio de Togo, precisamente da capital
africana, Lomé.
Em seu
país de origem, trabalhou por dez anos no porto, local movimentado que recebia
embarcações inclusive brasileiras, como de Itajaí, por exemplo. “Comecei como
ajudante, carregando mercadoria; depois fiz curso de despachante”, conta.
A
situação do país se complicava no governo de Faure Essozimna
Gnassingbé, e, sobretudo, a questão da desigualdade social. Imagine pagar por
estudos, acesso à saúde e serviços que no Brasil são gratuitos? Lá, mesmo uma
consulta médica tem seu custo.
Além
desses fatores, a Costa do Marfim, nação vizinha e maior produtor de cacau no
mundo, passou por duas guerras civis, além de lidar ainda com a influência
político-econômica da França, colonizadora de muitos países africanos e
presença forte no continente.
Em
busca de uma vida melhor, Xolali viajou para o Brasil, deixando dois
filhos, um menino e uma menina. O colaborador fala com a família todos os dias
pelo WhatsApp para encurtar a distância que os separa e diminuir a saudade. O
fuso horário, porém muda um pouco: se aqui é 13 horas, lá é 16h.
Outra
diferença observada pelo africano é o tempo. Para o colaborador, a região
araranguaense, no sul de Santa Catarina, é mais fria e chuvosa do que seu país.
Já na área da alimentação, Xolali conta que beber café não é um hábito incentivado
onde morava – algo tão corriqueiro aqui em terras brasileiras. Ele revela ainda
que as escolas orientam os alunos sobre questões relacionadas ao bem-estar,
incluindo o alerta aos malefícios do álcool e práticas não saudáveis.
O
trabalhador se recorda que, chegando, primeiramente, a São Paulo, veio para a
região de Araranguá, na qual trabalhou em um frigorífico, em Morro Grande.
Nesse meio tempo, Xolali estudou no CEJA – Centro de Educação de Jovens e
Adultos e esse aprendizado, aliado à convivência com os colegas, ajudou na hora
de conversar com as outras pessoas e entender a Língua Portuguesa. Xolali fala
tanto Inglês quanto Francês.
Só que
mais do que diferenças linguísticas, uma das barreiras incômodas enfrentadas
por Xolali aqui no país foi o preconceito. O que lhe causou estranheza, já que
considera o Brasil uma terra diversificada, formada por diferentes povos –
indígenas, portugueses, espanhóis, italianos, negros, alemães e tantos outros
que fizeram a história brasileira.
E com o
fechamento da fábrica em que trabalhava, em 2017, outro desafio: o viajante de
Togo ficou por quatro meses desempregado. Passado esse período, conseguiu novo
trabalho no depósito de um supermercado, na Cidade das Avenidas. E desde
janeiro deste ano, Xolali integra o time da Contato, atuando no setor de
lançamento de redes.
E o
colaborador, que tem formação em Matemática pela Université de Lomé, está
empolgado com o trabalho na empresa, mas também se preocupa com o futuro e faz
planos. “Aumentar meu conhecimento em Matemática e depois conseguir alguma
coisa! Hoje estou na Contato, mas estou me preparando; se acontecer algo
amanhã, eu sigo a vida!”, pondera o trabalhador, que planeja trazer seu filho
ao Brasil assim que possível.
*Texto: Vanessa Irizaga, jornalista formada em Comunicação Social/Jornalismo, trabalha na área de Comunicação/Marketing da Contato Internet e é idealizadora do Mistura Alternativa.
*Texto: Vanessa Irizaga, jornalista formada em Comunicação Social/Jornalismo, trabalha na área de Comunicação/Marketing da Contato Internet e é idealizadora do Mistura Alternativa.
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