"Pantera
Negra" é mais do que um filme de entretenimento integrado ao Universo
Cinematográfico da Marvel Studios. É uma produção preocupada em contar uma
história consistente e trazer um herói que carrega dilemas não só de seu mundo
fictício, mas que refletem e muito nossa realidade.
Na
trama, ambientada logo depois dos acontecimentos de “Capitão América: Guerra
Civil”, T’Challa (Chadwick Aaron Boseman) precisa assumir o trono de Wakanda e
o manto do Pantera Negra, protetor do tecnológico e evoluído país, que passa
uma fachada de nação africana de 3º Mundo.
Apesar
de moderna, Wakanda mantém suas tradições, personificadas por cores, pinturas,
roupas e na música, assim como a profunda ligação com seus ancestrais e a espiritualidade.
Esses pontos são fundamentais no desenvolvimento do herói que ainda não tem
total certeza do líder que precisa se tornar.
Outra
questão muito pertinente explanada no longa é a responsabilidade nas ações de
cada um. De um ato abrupto e inconsequente do rei T’Chaka (John Kani), pai do
protagonista, ao surgimento de um perigoso vilão, a narrativa mostra que o tempo
sempre se encarrega de acertar as contas com o que deixamos para trás e a
negligência cobra seu amargo preço.
Além
de confrontar inimigos poderosos, como incrível Andy Serkis, que interpreta o
traficante Ulisses Klaue /Garra Sônica, e o guerreiro/militar Erik Killmonger
(Michael B. Jordan), que questiona a forma de T’Challa e demais autoridades de
governarem a nação, pelo isolamento e não divisão de sua maior riqueza, o
poderoso Vibranium, com os demais países necessitados. Embora, Killmonger vá
para o extremismo, muitos de seus questionamentos são válidos e faz com que o
filme não coloque a figura do Pantera num pedestal.
O
dilema Tradição versus Consciência ecoa por todo o filme. A que preço os
cidadãos de Wakanda podem viver bem sabendo que há pessoas pedindo por ajuda no
restante do planeta? Esse é um questionamento feito por Kilmonger e também pela
espiã e interesse amoroso do herói, Nakia (Lupita Nyong’o). A moça, ao lado da
líder das Dora Milaje (Danai Gurira), Okoye, que comanda a guarda real,
protagoniza altas cenas de luta e são personagens fortes e não meras
coadjuvantes do Pantera, como frequentemente vemos no cinema.
A irmã
mais nova do rei, Shuri (Letitia Wirght), mostra que o novo vem para agregar e
não substituir o antigo, e que o jovem pode ser agente transformador e não
APENAS o bobo alegre/geração sem futuro que muitas pessoas erroneamente o
rotulam.
Ah,
e tem uma cena de e Nakia bem interessante e necessária que ilustra muito
aquele pensamento fajuto sustentado por muitos que só reproduzem o que são
ensinados a fazer/dizer. A famosa frase “só estou cumprindo ordens” aqui cutuca
as concepções de lealdade, dever e ética que nos deparamos diariamente. Até
onde vai seu amor à pátria - você pode ler também como empresa, comunidade - e, ao mesmo tempo, o senso do que é certo a ser
feito?
Por
fim, a mensagem reforça que é preciso aprender com os antigos, e arriscar o
novo quando for preciso. É urgente fazer o que estiver ao seu alcance pelo
mundo, partilhar o conhecimento sem preconceitos, soberba ou muros. E sinceramente,
não é preciso ser um super-herói para começar a agir na busca por mudanças, seja
em Wakanda ou aí mesmo em seu bairro.
Já viu o filme? O que achou? Conte para a gente nos comentários. Uma boa semana e até o próximo Misturando!
Já viu o filme? O que achou? Conte para a gente nos comentários. Uma boa semana e até o próximo Misturando!
*Texto: jornalista Vanessa Irizaga, formada em Comunicação Social/Jornalismo, atualiza o Portal Contato e é idealizadora do Mistura Alternativa.
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