A estreia
do filme em meio a um cenário global em que o preconceito e a
intolerância se fazem tão presentes em nosso dia a dia não poderia ser mais
oportuno. “Logan” não é só um filme mais realista e violento do que as demais
produções da franquia “X-Men”, mas é o que mais aproxima os mutantes de sua
humanidade, tornando-se interessante e cheio de impacto exatamente por isso.
Sai –
pelo menos um pouco – o lado mais heroico, quase indestrutível e vaidoso de
Wolverine (Hugh Jackman) e surge um Logan consumido pela dor do corpo
e mente, menos preocupado com os dilemas da humanidade e ainda menos cidadão
do mundo – ele que, em outros tempos, estava rodando de bar em bar arrumando
brigas, sem raízes, se vê responsável por um idoso e levando uma vida difícil e
cheia de rotina.
É tão incrível
ver um Logan que rala para pagar as contas, que tem responsabilidades como
qualquer cidadão e ainda tendo que lidar com o velho e sempre presente fantasma
da violência.
As cenas
de ação protagonizadas por ele e pela pequena talentosa Dafne Keen, a X-23/Laura,
são de tirar o fôlego, em especial a cena da fuga do esconderijo de Logan que
culmina em uma perigosa perseguição. Na trama, o mutante trabalha de motorista
de limusine e recebe a incumbência de levar a garota até a fronteira do Canadá,
o que ele aceita a contragosto e mais pelo dinheiro, pelo menos no primeiro
momento.
A menina
está sendo caçada por um grupo de bandidos com aspecto de ciborgues, a mando dos
responsáveis pelo programa que faz experimentos mutantes. Essa relação de Logan
com a jovem e o agora debilitado e doente Charles Xavier (Patrick Stewart) é o que há de mais tocante
no filme, uma família circunstancial que compartilha medos e dores em comum.
O filme
finaliza com muita nostalgia e beleza a participação de Stewart e Jackman no
universo X-Men, provocando um misto de saudade e euforia nos fãs por receberem
esse grande presente.
*Texto:
Vanessa Irizaga.
*Imagem: divulgação.
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